Sábado, 27 de Dezembro de 2008

AI, O NATAL, O NATAL...

Sempre que sinto o Natal aproximar-se fico nostalgica... o Natal lembra-me muito a minha querida Avó Rosa. A Avó Rosa vivia o Natal como uma criança. E quando eu e o meu irmão eramos mais novos, o Natal era uma festa vivida com a mesma intensidade pelos três. Todos os anos, vários dias antes do Natal, a minha Avó ligava para nós muito animada e entre dentes perguntava que prendas a minha mãe tinha comprado para ela.

Chegava ao cúmulo de trocar segredos! Nós ficavamos a saber o que o avô tinha comprado para nós (ou até mesmo o que a minha mãe nos tinha comprado, se preciso fosse...a minha avó fazia de tudo para antecipar a alegria de receber prendas!) e nós contavamos o que a minha mãe tinha escolhido para ela.

Claro que quando chegava o dia de abrir os presentes era um galhofa pegada porque fazíamos grandes cenas de teatro com gritos de surpresa e contentamento quando já estávamos carecas de saber o que lá vinha.

Eu adorava passar o Natal na minha Avó. Todos os anos cortava um pinheirinho pequenino do pinhal perto de casa e colocava-lhe enfeites suficientes para cobrir a árvore do Rockefeller Center. Ficava tão enfeitada, tão enfeitada que não se via nem uma única agulha verde do pinheiro!

Nunca faltavam os bonecos de chocolate pendurados na árvore. A minha Avó bem insistia connosco para que só os comessemos no dia de Natal, mas a gula subrepunha-se ao cumprimento das regras e tornavamo-nos verdadeiros escultores de papel de aluminio quando tentavamos voltar a moldar os bonecos depois de já termos comido o chocolate. Não houve um ano que se tivesse queixado da falta dos bonecos (e não houve um ano em que não se apercebesse das nossas "fintas").

O Natal era verdadeiramente a festa da família. O meu tio Zé tradicionalmente trazia o Bolo-Rei, os frutos secos (figos, passas, nozes, amendoas...) e o espumante. As mulheres da casa batiam quilos de massa doce num alguidar para mais tarde a fritarem e esta se transformar e fofinhas filhós, que cobriamos de açucar e canela e comiamos até não caber mais nada na barriga.

Ao jantar não podia faltar o tradicional bacalhau cozido com as batatas, o ovo e a couve. Não se concebia sequer a ideia de fazer outra comida nesse dia (por mais que eu e o meu irmão suplicassemos por bife comm batatas fritas cortadas às rodelas como só a  minha avó fazia para nós).

As horas passadas desde o final do jantar até à meia-noite eram de pura tortura... de 10 em 10 minutos iamos a correr perguntar: "já tá na hora? já tá na hora?"

Nunca ficámos à espera para ver o Pai Natal. A minha avó dizia sempre de uma forma carinhosa: "então, o que pediram ao menino Jesus este ano?" Achava mais agradável a ideia de nos ver rezar ao Menino Jesus do fundo do coração do que a uma personagem inexistente.

Mal sabia ela que a minha mãe desde sempre nos fez perceber que os presentes vinham da carteira dos pais e não do coração dos filhos...

Para matar o tempo ficavamos sentados no pequeno sofá da sua minuscula sala a ver televisão. Uma televisão a preto e branco, com uma tela verde para "dar uma imagem mais bonita", como dizia o meu tio Mariano (que todos os anos começava o dia animado e o acabava a discutir com o meu avô por causa dos resultados de futebol). Pobre tio Mariano, que soube ser Sportinguista ferrenho em casa de Benfiquistas loucos numa altura em que as taças eram todas nossas. Não era preciso muito para o colocar com o ego no chão, nessa altura. E o meu tio Mariano (fazendo juz à tradição anual) afogava as mágoas futebolisticas em vinho do Porto enquanto o meu avô o acompanhava entusiasticamente, regalado da vida por ser Natal, por ter a familia à sua volta...mas sobretudo porque o Benfica tinha tudo para voltar a ser campeão!

Viamos o Natal dos Hospitais de fio a pavio (a minha avó adorava), aninhadas no sofá, cobertas com várias camadas de cobertores e acompanhadas com chá de limão e pão-de-ló.

Ainda hoje tento beber chá e comer pão-de-ló neste dia. Por um breve momento fecho os olhos e consigo ver a minha avó a sorrir para mim enquanto coloca as várias colheres de açucar de que tanto gostava no seu chá (e que tanto mal lhe fizeram, ao fim e ao cabo). Mas tem de ser só por um momento, um breve momento. Senão as saudades apertam demais e acabo por chorar.

E lá estávamos nós a ver o Dino Meira, o duo ele e ela, as Doce, o Carlos Paião, ou sei lá eu quem mais... até que chegava a hora! Sentávamo-nos todos juntos e era um frenesim de fitas e papel de embrulho naquela sala que no final da noite já não se distinguiam as prendas do lixo. Não faltavam as meias, as camisolas interiores e os pijaminhas quentinhos... porque o dinheiro não abundava e todos precisavamos de mais do que jogos, bolas ou brinquedos. Mas isso também não faltava. De uma maneira ou de outra o meu irmão ganhava sempre a sua bola de "catchumbe" e eu a minha boneca (mais uma para ir viver nas torres de livros que construia encostadas a uma parede do meu quarto e nas quais ninguém discutia nem gritava). Ali a rotina do "olá querido! - chuack - bom dia! queres comer? - nham, nham - vais trabalhar? Até logo! - vrum, vrum - olá! Que saudades! Já estás de volta! vamos jantar - nham, nham - Tenho sono meu amor. Vamos dormir. Até amanhã!" - chuack - era o conceito de vida perfeita que eu tinha. E que as minhas queridas bonecas viviam todos os dias.

Após a troca de prendas, todos nós recolhiamos o nosso montinho de felicidade e iamos contentes e exaustos para a caminha.

A minha querida avó deitava-nos num colchão que parecia ser forrado a palha. Era frio. frio, mas fofinho como o abraço que nos dava quando nos ia aconchegar. Sobre as 4 mantas que já tinhamos em cima colocava ainda outra. Não podia dormir com a ideia que os netos estariam a passar frio.Ficávamos tão soterrados em mantas que mal nos mexiamos! E colocava sempre duas cadeiras encostadas à nossa cama para não cairmos durante a noite (fez isto durante anos, mesmo depois de crescidos).

Às vezes cantava-me umas cantigas para me embalar. Lembro-me de a ouvir cantar "guitarra toca baixinho" umas 60 vezes seguidas (era o necessário até eu adormecer...)

 

 

 

 

 

Nos primeiros dias em que tive a Sara comigo em casa, cantei-lhe essa musica e ela dormiu tranquila. Chorei enquanto cantava. Com saudades da minha avó, mas sobretudo com pena por não a ter presente para ver as bisnetas crescerem e para as mimar como merecem.

A noite já ia longa. Eu e o meu irmão ficávamos horas a rir no escuro com os sons do ressonar do meu avô e a crescente impaciencia da minha avó que de vez em quando sussurrava: "ó Jaquim, vira-te!".Finalmente chegava o sono, mas não sem antes passar em revista pelo pensamento as prendas lindas que tinha recebido e pensar: "Mal posso esperar para estrear a minha roupa nova amanhã!"

E de repente parecia que toda a felicidade do mundo se tinha concentrado naquele pequeno sotão de madeira, quase uma casinha de bonecas, onde vivia a minha Avó.

 

Há uns anos que nos deixou. E com ela foi-se quase toda a magia do meu Natal.

Deixei de acreditar em Deus. No menino Jesus e na Virgem Maria. Também não acredito na Nossa Senhora de Fátima que a minha avó adorava.

Nenhum a ajudou a ficar por cá. Nenhum lhe deu a mão para, pelo menos, partir sem sofrimento.

Com ela partiu toda a minha fé. Mas ficaram as boas lembranças.

Não está cá para mimar a minha filha, mas estará sempre no nosso coração. E um dia mais tarde vou apresentar a Sara à memória desta grande Senhora que foi Rosa Luisa Correia... a minha avó.

 

Eu herdei o espírito natalício da minha avó... sem dúvida!

Ainda não entrou Dezembro e já eu estou a montar a árvore de Natal e a fazer a lista de presentes que vou comprar a meio mundo.

Faço sempre questão de assinalar o Natal no meu calendário com honras de Estado!

Só que este ano o nosso Natal foi tudo menos planeado. Com a Sara tão pequenina, não houve tempo nem vontade para, sequer, montar a árvore de Natal na sala...e a lista de prendas foi feita 24h antes do dia 24.

As prendas foram compradas em cima do joelho e nem uns postaizinhos consegui escrever. Tsss, tsss...

Fomos comprar as prendas todas num só dia e, claro está, fiquei de rastos. A meio do dia já tinha as costas feitas num oito e uma mama toda gretada! Quando cheguei a casa, exausta e doente, medi a febre e tinha 38,6 graus. "Menos!" foi o que o meu corpo me gritou o dia todo. Devia ter-lhe dado ouvidos!

Andámos às voltas a emoldurar fotografias da minha filha para oferecer à família e a embrulhar todas as prendas que comprámos. Que estafa!!

Quando saímos de casa para jantarmos com os restantes Figueiredo eram já 22h30. Jantámos à 1h da manhã (a familia é grande e havia muito que fazer) e só abrimos as prendas lá para as 2h...

Os Figueiredo são gente animada e por isso o Natal não pode deixar de ter alegria e diversão. Acabamos a noite com as bochechas a doer de tanto rir (como em qualquer reunião familiar) e felizes com as reacções genuinamente boas às prendas que se foram trocando.

Escrevem-se postais sentidos e trocam-se beijos e abraços entre quem se ama verdadeiramente e quer partilhar felicidade. São prendas desinteressadas. Especiais por isso mesmo.

Fico com pena de não ter a minha familia comigo. Em especial a minha cunhada Sofia, que vive o Natal como eu. E que sente a falta da mãe, que já não tem, e que por isso mesmo precisa de mais carinho e amor nesta altura do ano.

No dia 25 fui almoçar com os Vicente. O "meu" lado da familia. Comentámos que há muito tempo que não passava a véspera de Natal longe deles e tentámos fazer um "Natal, lado B" naquele dia.

Trocámos prendas simbólicas entre todos. Comemos e bebemos e conversámos a tarde inteira.

É bom regressar ao bairro onde cresci e revisitar lugares e caras familiares nesta altura do ano. Mas é sobretudo bom poder estar na companhia do meu irmão e da sua filha (linda, linda) e conversar com ele tranquilamente, sem invejas nem ressentimentos.

Tenho a certeza que a minha avó estaria orgulhosa de nós.

Os seus netos são felizes. Temos ao nosso lado alguém que amamos intensamente. Temos filhos saudáveis e felizes que nos plantam um sorriso parvo na cara só por olharem para nós.

Não há prenda nenhuma no Mundo capaz de nos dar este sentimento.

 

 

 

 

Foi um Natal nada planeado. Mas conseguiu, ainda assim, ser um Natal em família (e sem discussões nem tristeza).

 E isso é que interessa.

 

Feliz Natal... que o Reveillon vai ser outra aventura! :-)

 

Bj

 

 

Quarta-feira, 17 de Dezembro de 2008

CAMPEÃ DAS BOLSADELAS! RAINHA DOS ENGASGANÇOS!

ADVERTENCIA A FUTURAS MÃES QUE PASSEM OS OLHOS NO MEU BLOG E FIQUEM ESTARRECIDAS DE MEDO COM AS AVENTURAS E DESVENTURAS DA MINHA RECENTE EXPERIENCIA COMO MÃE:

 

1. SEM MEDOS! Já dizia a minha avó que estamos cá é para aprender!

 

Ainda no outro dia fui visitar a familia com a Sara e tive uma espectadora assídua e devota das minhas mamadas e mudas de fralda: uma menina de 5 anos, de seu nome Maria. A Maria, como qualquer criança da sua idade, é muito interessada, curiosa (uma média de 5 perguntas por segundo, ou assim parece) e sobretudo sincera! Ora depois de lhe explicar porque é que os bébés não andam nem falam, porque é que as meninas não nascem já com cabelos compridos e - muito importante - como aparece o leite nas maminhas, como é possivel que estas não rebentem com tanto leite e para onde vai quando os bébés crescem e deixam de mamar, quando resolvi fazer-lhe a pergunta da praxe: "também queres ter um bebezinho assim como o meu quando fores grande?"

Parecia que lhe tinha perguntado se queria comer sopa de espinafres até ter 30 anos!!!

Endireitou-se na sua posição de chinês sentado e com os olhos muito abertos e sobrancelhas arqueadas, respondeu: "EU NÃO!!!"

"Então porquê? Não é giro vesti-la assim toda fofinha de branquinho e cor de rosa? E pentea-la, dar-lhe banhinho?" - ahhhhhhhh, o que eu recuei até aos meus doce 5 anos em que brincava com as bonecas e as colocava todas em fila deitadinhas a dormir na minha cama porque achava que enquanto eu dormia elas ganhavam vida...

"ACHAS?????" Respondeu num ápice "eu não sei tomar conta de um bébé!!!! Não sei fazer essas coisas que tu estás a fazer com a maminha nem nada...isso não é um boneco..." - e com esta cortou à catanada as perninhas da minha recordação de infância... qual ingenuidade qual quê! Já ninguém sonha nem faz de conta, pelos vistos...

Lá lhe expliquei de forma sucinta (mas o mais real possível) que temos 9 meses de gravidez - quase um ano inteiro de escola! - para ler e aprender muitas coisas, que no hospital também nos ensinam outras tantas e que a nossa família também ajuda no que não soubermos fazer.

Respondeu-me com um encolher de ombros não muito convencido, como quem diz: "se eu fiquei cansada só de te ver dar mama imagino se tivesse de ser eu a fazer isso!"

Moral da história:  nós não temos 5 anos! Os bébes não trazem manual de instruções mas hoje em dia já os podemos comprar em qualquer livraria ou até mesmo aqui na net... :-)

 

2. PERFEIÇÃO? SÓ NAS NOVELAS!

 

Sabem aqueles bébés de novela que estão sempre muito sossegados ao colo dos pais, tios, amigos e outros? NÃO EXISTEM!!!!!

Das duas uma: ou são bonecos ou foram precisos 40 takes para fazer a cena em condições!

Um bébé implica sempre estar preparada para tudo: uma bolsadela por toda a roupa mesmo quando foram acabadinhos de mudar, um choro incontrolavel assim que acabo os 20 minutos de tortura a prender o ovo com o cinto de segurança do carro e que me faz ter de tirar tudo só para a embalar, os olhos bem abertos às 4 da manhã porque... olha, porque sim! Isto é a parte que fortalece as mães, que lhes dá resistência e perseverança.

Nós também não somos perfeitas e falhamos muito, mas só nos resta aprender com os erros e esperar que não prejudiquemos os nossos filhos com eles...

Perfeito, perfeito? são os toques fofinhos na pele suave dos nossos filhos, o seu sorriso que derrete icebergs e o grito por atenção e colo que faz chorar até as pedras da calçada... tudo o que nos aquece o coração e a alma.

Basta que sejam perfeitos aos nossos olhos, porque nós seremos perfeitas(os) aos seus olhos durante largos anos... (que na adolescência é uma ouuuuuuuuutra história!)

 

3. AINDA ASSIM COM MEDO???

 

É pá, posto isto... aconselho... um Nenuco! São sossegadinhos, baixa manutenção e diz que nesta altura do ano são bem baratinhos!

 

 

4. E AGORA O POST...

 

E passada que está esta primeira advertência, vamos lá a saber das últimas da nossa menina Sara!

Como o titulo faz saber, a Sara recebeu recentemente o titulo de CAMPEÃ DAS BOLSADELAS e RAINHA DOS ENGASGANÇOS!

Desde há 3 semanas que a criatura parece que quer fazer um remake do filme o exorcista... dá com cada bolsadela de jacto que parece a outra no filme quando estava possuida pelo demo!! (felizmente a minha não roda a cabeça por completo nem atira padres pela janela!)

Às vezes parece que faz de propósito. Espera que lhe coloquemos a última pecinha de roupa no corpnho e mesmo quando estamos naquele momento de contemplação pela fofura que ficou com o baby grow novinho ou com o vestidinho da moda - em que até nos sai um "ohhhhhhhhhhhhhhhhhhh" embevecido - pois é mesmo, mesmo , mesmo nesse momento que lança uma esguichadela de leite que a cobre desde os pés até ao pescoço!

Et voilá! Toca a vestir tudo outra vez!

Outras vezes há em que assim que lhe colocamos o body, bolsa mal um bocadinho... mas o suficiente para ter de vestir outro. Procuramos outro e dizemos: "olha este tão lindo filha!" e assim que entra a primeira manga, PIMBA! Outra bolsadela!

Só não estamos no guiness com o maior numero de bodys sujos no menor espaço de tempo possível porque não sei a quem ligar a contar o sucedido!!

Ontem com esta coisa das bolsadelas pregou-me um susto de morte! Estava eu a meio de lhe mudar a fralda, a fechar o ultimo botãozinho do body quando bolsa e se engasga!

Amigas(os)... não sei quanto tempo esteve engasgada mas a mim pareceu-me uma eternidade! Ficou vermelha, depois roxa, chorou e gritou como eu nunca vi e depois ficou uns 10 minutos a salivar-se toda, ainda semi-engasgada... QUE   SUS-TO!!!

Perguntam vocês: E que técnica usaste para a ajudar?

Devo ter usado umas 30 diferentes, todas ao mesmo tempo, enquanto repetia: Ai meu Deus! Ai meu Deus! - é preciso ver que eu nem acredito no barbudo....!

Virei-a, dei-lhe palmadinhas, soprei-lhe, falei baixinho, cantei, tentei destapar o nariz com cotonetes....eu sei lá!!!!!!!

Finalmente passou-lhe e (claro está) passou o resto da tarde - melhor será dizer, as duas horas até à próxima mamada - aninhada a dormir no meu colinho.

 

Hoje fomos com ela à consulta do 1º mês (já passou um mês, uauuuuuuu!) no Centro de Saúde* e aproveitámos para expor esta questão do bolsado. Bom, na verdade nem precisava de o fazer porque ela bolsou umas 4 vezes só enquanto a despiamos!

A enfermeira também achou um exagero e chamou uma médica para a ver. Feitas as medições concluiu-se que está a aumentar bem de peso e tamanho ( o que me leva a pensar que se não bolsasse já estava do meu tamanho e com namorado à porta...) pelo que vigiamos até à próxima semana com outras técnicas de amamentação**. Se continuar, teremos de consultar um pediatra para fazer exames mais aprofundados e perceber o que de errado se poderá estar a passar.

Façam figas...

 

 

* Centro de Saúde = temos recorrido ao Centro de Saúde desde que a Sara nasceu. Ficámos logo muito bem impressionados com o facto de se terem oferecido para fazer o teste do pézinho em casa, ao invés de nos deslocarmos ao centro com uma bébé de dias - 5 pontos!

Fomos visitados por 2 enfermeiros (uma senhora e um senhor) muito simpáticos, atenciosos e ávidos por ajudar - 10 pontos!

Quando cá estiveram tiveram o cuidado de me responder a todas as dúvidas relacionadas com a bébé, a amamentação e o pós-parto. Até me viram os pontos e mudaram o penso - 20 pontos!

Explicaram muito bem o que seria o teste do pézinho e avisaram-me que a Sara ia chorar muito muito muito - diz que os bébés choram muito neste teste... pois a Sara lá ficou, de pézinho estendido a ser picada... e não só não soltou um único ai como nem sequer acordou durante todo o teste! 100 pontos!!!!!

Antes de irem embora, ofereceram uma bolsinha com um biberão e uma chucha da NUK. A Sara adora a chucha (ou pelo menos os 5 minutos em que a tolera... as outras cospe passados alguns segundos) - mais 10 pontos!

Agora, sempre que vamos ao centro de saúde somos acompanhados por este grupo de enfermeiros que diz que é "a nossa menina", "a nosssa bonequinha".

Gosto muito. Não há dinheiro nenhum no mundo que pague este tipo de profissionalismo e dedicação... mas acredito que estes enfermeiros deviam ser pagos a peso de ouro!

Fomos a um pediatra há duas semanas atrás por causa do bolsado, pagámos 70 euros e saímos de lá com um mero: " isso não é nada" acompanhado de um revirar de olhos impaciente de quem acha uma perda de tempo atender uns pais stressados e exagerados...

No centro de Saúde, pelo menos, lembraram-se de a observar e mostraram-se genuinamente preocupados com o bem-estar dela. Tenho todos os contactos do Centro e disseram-nos que podíamos passar por lá sempre que precisássemos.

Até ver, considero o Centro de Saude Mãe D'Água em Massamá 5 estrelas, quer em termos de instalações, quer em termos de profissionais da saúde!

 

** amamentação = actualmente sinónimo de suportável, chegando até a ser um nadinha agradável! E tudo graças aos conselhos de quem lê o blog....obrigada!!!!!

 

Cá fica a Sara com a sua chucha gulosa:

 

 

PS - desculpem eventuais erros, mas escrevi todo o post com uma só mão. Na outra está a Sara a dormir tranquilamente... "olha filha, só com uma mão!!" hehehe

 

bjs

 

Quarta-feira, 10 de Dezembro de 2008

SÃO LÁGRIMASSSSSSSSSSSSS!!!!!

Hoje a minha filha verteu a sua primeira lágrima.

Espero que seja a primeira de muito poucas. E que eu as possa secar e fazer esquecer rapidamente.

 

Chorou de impaciência (sai à mãe, bem sei). A miúda não sabia se chorava de fome, de estar de rabo ao léu por lhe mudar a fralda ou de frio por estar o tempo que está!

Eu já me vou habituando ao choro, mas confesso que ainda transpiro um bocado quando ela chora até ficar vermelhinha. Quanto mais ela chora, maior vai ficando o nó no estomago e o aperto no peito. Hoje até a peguei ao colo antes de lhe colocar a fralda. Escusado será dizer que me encheu de xi-xi... mas ao menos parou de chorar e ficou a olhar para mim com aquela cara de espanto como a dizer: "nem acredito que me pegaste ao colo sem fralda, mãe... ganda maluca!"

 

Será de ser o meu primeiro filho? Não sei... mas a necessidade de a ver sempre feliz, satisfeita e tranquila sobrepõe-se a qualquer conselho que implique "deixar chorar".

 

Mas, sim... admito que erro por ceder facilmente ao choro da minha filha. Tanto eu como o pai não conseguimos ficar indiferentes à sua cara de sofrimento e ao beicinho que faz de cada vez que chora.

Estamos cá para pagar por todas as cedências que vamos fazendo ao longo do tempo...qualquer dia quem manda lá em casa é uma coisinha com 50 cm! :-)

 

Mas quem é que consegue contrariar uma carita destas?

 

 

 

E na verdade, já estou a pagar por ceder às exigências da minha piknina desde cedo!

E se a Sara só verteu a pimeira lágrima quase um mês depois de ter nascido, a mãe anda a deita-las fora quase todos os dias!!

 

É um facto... a minha vida por estes dias dava uma música do Zé Cabra!

São lágrimasssssssssssssssss!!! São lágrimasssssssssssssssssss!!!

(e assim mesmo, com aquele tom desafinado como unhas a arranhar um quadro de ardósia ou como quem levou uma facada nas costas e canta para se manter consciente enquanto o INEM não chega!!)

 

Para quem já passou pela experiência da maternidade e (principalmente) pela experiência da amamentação isto que eu vou dizer não é novidade: amamentar é muito lindo... mas nas mamas das outras!!!!!!!!!!!! LIVRA!!!

Se não fosse por ser a coisa mais saudável (e já agora grátis) que posso dar à minha filha, já tinha deixado de amamentar!

O meu peito está feito num oito e estou constantemente com dores. Se doi quando não estou a dar peito imaginem quando a ratinha Sara se põe a mamar e (às vezes, a safada) a chuchar na maminha... ui ui ui... são lágrimassssssssssssssssssssssss!!!

Bem sei que a experiência da amamentação não deve ser algo doloroso, se for bem feito: o bébé tem de saber encaixar a boca no mamilo e eu tenho de saber posicionar-me confortavelmente e agarrar a minha bébé de forma a que mame correctamente.

Pois é... mas como já dizia o ditado, "pau que nasce torto tarde ou nunca se endireita". Na maternidade ninguém se deu ao trabalho de me explicar como poderia dar de mamar da maneira correcta. Simplesmente disseram: "sente-se e dê de mamar". Simples né?

Parece, mas não é.

A Sara começou desde cedo a pegar mais na pontinha do mamilo, o que me dá umas dores terriveis. E faze-la mudar de posição é sinónimo de berreiro pegado.

Posto isto... que faço? Deixo-a berrar de fome ou sofro em silêncio? A resposta é fácil.

O tempo passa e os mamilos começam a sangrar. A dor cada vez é mais intensa e continua para lá das mamadas.

Que fazer? Lembro-me do conselho da minha colega e amiga Isabel: "compra umas tetinas de silicone... elas ajudam muito a aliviar a dor!"

Assim fiz...e de facto resultou!

A Sara aprendeu a mamar através delas e estava cada vez maior e mais gordinha!!

E eu podia respirar de alivio de cada vez que ia dar de mamar.

Só que o problema foi ter dado ouvidos a uma enfermeira do centro de saúde que me disse que as tetinas não eram o ideal, e que deveria gradualmente deixar de dar peito com elas, porque o contacto do bébé com a pele da mãe é importante... bla bla bla wiskas saquetas...

E eu, cumpridora (e burra) como sou, assim fiz. Gradualmente fui deixando de dar peito com as tetinas...até que a minha filha deixou de querer mamar com elas e o peito (pois tá claro) começou novamente a gretar e a doer!!

 

Depois de me queixar à pediatra, esta disse-me que não via problema nenhum em dar de mamar com recurso às tetinas... o pior é que a Sara já não lhes pega. Engasga-se e não tira o leite como deveria... fico com o peito cheio de leite e sei que ela não mama como deve ser.

Resultado: a mãe chora e a filha alimenta-se... sem tetinas!

Também já me disseram que ao fim de um tempo o peito fica "calejado" e deixa de doer... alguém me diz quando?Quando? Quando?????

Porque o Gretalvit não ajuda, o Purelan muito menos... as tetinas já eram e a minha filha não deixa de ter fome...antes pelo contrário!

 

No meio disto tudo o que vale é que ela mama com satisfação e está muito gordinha e grande... está bem fofa!!! :-)

 

Aqui fica uma foto depois de mamar... qual leitãozinho da bairrada!

 

 

O pior é que ainda por cima agora habituou-se a querer adormecer a mamar... é um facto: noutra encarnação, fui eu que crucifiquei Cristo... e foi nos pés que é onde lhe deve ter doído mais!!! Só pode!!!!!!!!!

 

Há que ter paciência, respirar fundo e ir à luta! é por uma boa causa!

 

Beijinhos e até um novo post!

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