Até há bem pouco tempo a minha vida não era assim tão preenchida. E eu sei que não era nem de longe nem de perto tão feliz.
Tinha a minha grande arma: a minha independência! Era livre de decidir onde ir e quando chegar. Pagava sozinha todas as minhas contas e fazia por não ter dívidas. Tinha meia dúzia de bons amigos e rodeava-me deles sempre que podia.
A minha família desfez-se cedo e as personalidades fortes de cada um ditaram o nosso afastamento. O orgulho, a mágoa e um pouco de ignorância à mistura fizeram com que não se conseguissem preservar laços de sangue (que sempre achei que seriam tão importantes na minha vida).
Não interessa... aprendi a viver de novo. Sozinha.
Primeiro o meu irmão juntou-se com uma miúda que vimos crescer ao nosso lado e que toda a minha vida esteve ali perto de nós, mas sem termos contruído uma amizade forte (talvez pelos anos que temos de diferença e que pesam tanto quando somos crianças). E eu ganhei uma irmã, a Sofia. Tenho uma imensa admiração por esta pessoa simples, genuína e franca que não esconde nada, que não tem duplos sentidos nas frases, que também sofreu e amargou com a sua própria família, mas que deu a volta por cima e soube agarrar os seus sonhos e a sua felicidade.
E com esta amizade e este carinho que foram crescendo, também o meu irmão se tornou novamente meu irmão de sangue.
E hoje vemo-nos com frequência, sentamo-nos a conversar como duas pessoas civilizadas e já nos entendemos para lá das palavras.
Nunca vou esquecer o momento em que disse ao meu irmão que estava grávida e ele me abraçou, quase a chorar de tão feliz que estava por mim.
Com a minha noção de família um pouco "coxa" eu andava à procura da minha própria família. Da minha identidade num grupo de pessoas que se amam para além de todos os defeitos e feitios que são inevitavelmente nossos e que nos tornam únicos e especiais.
Custou... a pessoa que eu escolhi demorou a escolher-me a mim. Mas se eu nasci e cresci no meio dos problemas de uma família instável, quem era eu para negar esta luta? Para provar ao meu amor e ao mundo o meu valor como ser humano?
E acho que ganhei. Hoje tenho um Marido com M Maiúsculo. E com ele ganhei uma familia Grande... nas pessoas e nos corações.
Gosto de todos... mãe, pai, irmãs, sobrinhos, tias, tios, primos... não há ninguém que eu não adore. Se não me achassem maluca, abraçava-os a todos muito muito quando os visse :-)
PS - eu sou mesmo maluca, mas evitem divulgar :-)
Tudo isto para dizer que hoje eu sinto-me uma mulher realizada pessoalmente. Tenho uma família que me proteje e que ama. Tenho amigos (muitos e bons) que me acompanham e me ajudam a ultrapassar os momentos menos bons com as melhores piadas! Tenho um Marido que muito amo e até tenho um sobrinho e uma sobrinha que são o meu orgulho! Lindos, inteligentes, alegres e SOBRETUDO...felizes!
Pena é que um acha que eu vou parir um ornitorrinco preto e a outra em vez de dizer TIA diz: pato, gato, sapato e o diabo a quatro...TIA é que não!!!
Eu prometo que conto a história do ornitorrinco num próximo post...é imperdível!
Tenho a minha família. É uma família complicada mas que adoro... e sei que o próximo elemento da nossa família vai ser com certeza amado e desejado por todos...e vai com certeza, também ele(a) ser muito feliz!
Um beijo para todos.
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